Cenas

quinta-feira, 3 de julho de 2008

O mundo num cifrão



Cifrões, cifrões, cifrões.

O mundo gira à volta de cifrões.

Não há uma conversa, cá em casa, ao jantar que não fale de cifrões;
Não há um problema cuja causa não sejam os cifrões;
Não há um sonho que não seja impedido pelos cifrões;
Não há um grito que não seja abafado pelos cifrões;
Não há uma vida que não seja condicionada pelos cifrões;

E, pior do que isto,

Não há respostas porque são precisos cifrões.

Somos realmente muito limitados no que toca à nossa liberdade. No entanto, é o próprio ser humano que cria à sua volta esta gaiola que o aprisiona. Seria necessário tudo isto?

Não me questiono deste modo por ser materialista e querer ter tudo, mas porque vejo-me constantemente impedido de voar. Porque, no final de contas,

...não há uma asa que não seja cortada pelos cifrões.

2 comentários:

Vana Fraga disse...

Gostei Do Saite,
Um Show De Pensamentos
E Imagens Que Falam Por Si Só!!!

Tomei A Liberdade De Usar
Seu Cifrãos Em Minha Poesia
E Posta-Lo Em Meu Blog!!!

Se Tu Desaprovar, Prometo Tirar!!!

Aplausos Poéticos A Tudo Que Vi e Li Aqui!!! Parabéns Pra Ti!!!

Bjão No♥

Fanzine Episódio Cultural disse...

PRÓXIMO!

Em pé, ele aguarda na fila do Banco.

O som dos cifrões,

O entra-e-sai de pessoas estressadas,

Impacientes, sobretaxadas,

O segurança que não fala, só aponta,

E para variar: há um biombo no meio do caminho.



Uma voz suave anuncia: Próximo!

Próximo!!! Uma voz arrogante braveja.

E o painel de senhas pisca incessantemente,

Mas a senha não é a desejada.



Um colapso nervoso se inicia,

A fila não anda,

Seu cérebro entre em parafusos.



Corre-corre na agência!

Um corpo é carregado.

“Nossa, como pesa este mulambo!”



Próxima parada:

Hospital Público e mais filas de espera;

A recepcionista (preocupada) sobresalta

Seu sanduíche acabara de cair…



(Agamenon Troyan)