Quebraram devido a um voo inesperado causado por um movimento brusco da minha cabeça numa coreografia exibida neste fim de semana.
As lentes resistiram.
A armação é que já viu melhores dias.
Partiu uma ligação com a haste e com a lente. E só os consegui recuperar com um bocado de cola e arame à mistura. E foi graças a este biscate feito pelo meu pai que agora estou aqui em frente ao computador. Caso contrário, arriscar-me-ia a ficar dependente do oftalmologista para poder voltar à minha vida normal (coisa que podia durar umas semanas).
Mesmo assim, ainda andei algum tempo sem ver o mundo com definição*: não podia ler, nem ver televisão, nem trabalhar no computador, nem reconhecer pessoas, nem objectos... enfim, isto de ter problemas de visão limita-nos muito. E se formos a ver, qualquer um dos nossos sentidos é indispensável. O pior é que nem sempre nos apercebemos disso. É difícil (para não dizer impossível) imaginar como será acordar um dia sem poder ver a habitual luz que nos entra pelas retinas rotineiramente, ou até sem poder ouvir as ondas sonoras às quais estamos tão acostumados.
Nem consigo pensar.
Pergunto-me se tenho dado o devido valor ao facto de isso ainda não me ter acontecido.
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* - Ainda consegui ganhar um jogo de poker (ainda que com alguma dificuldade em ler cartas).